Há muito que não me é habitual ler dois livros quase seguidos do mesmo autor, mas o Julian Barnes suscitou-me a curiosidade de uma segunda incursão logo a seguir à primeira.
Há muito que me cruzo com
títulos deste conceituado autor, mas a sua leitura fica sempre para depois. O depois
chegou com a coincidência de O Sentido do Fim ser a leitura de 2 Clubes de Leitura
(CL) e o meu horário permitir participar em ambas as sessões. Então foi com
muito gosto de visitei do CL do Museu Ferreira de Castro e reencontrei
companheiros de leitura aos quais devo muitas partilhas e aprendizagem. Nunca
me esqueço de mencionar que foi neste Clube, guiado pela mão do Ricardo António
Alves, que fiz a minha grande aprendizagem nisto que são os Clubes de Leitura. Foi
igualmente com muito gosto que participei no CL da Biblioteca Orlando Ribeiro,
em Telheiras, dinamizado pelas minhas colegas Esmeraldina Sequeira, Susana Lé e
Rute Teixeira, que desde o início do ano dão os seus primeiros passos nesta área.
É tão bom ver os CL surgir e crescer.
Mas voltemos ao Barnes. No primeiro livro que li, O Sentido do Fim, gostei muito da sua proposta de reflexão sobre a memória, a sua (des)construção e maleabilidade enquanto pilar de identidade, bem como a ligação entre memória e história, inteligência e quotidiano prosaico, envelhecimento e responsabilidade pelas escolhas do passado. Adorei também o humor e o diálogo que o narrador estabelece com o leitor.
No segundo livro,
confesso, a pequena dimensão permitiu-me seguir a curiosidade sobre o autor. Continuei
a apreciar o humor e a capacidade de síntese do autor, embora a sua proposta não
seja, a meu ver, de tão fácil perceção. O livro apresenta-se em 3 partes (O
pecado da altitude, Ao nível e A Perda de Profundidade). Nos dois primeiros,
somos brindados com uma pequena história do balonismo e o que este representou
como sonho humano e capacidade tecnológica de nos levar mais além, acima da
capacidade deste nosso corpo terrestre. Leva-nos também através de uma história
de amor circunscrita pelo tempo e pela personalidade dos seus amantes. Já a
terceira é uma reflexão sobre o luto pela pessoa amada e no qual o autor tece
algumas reflexões sobre altitude, nível e profundidade, não só das relações
como o efeito da perda do ente querido.
Fiquei com curiosidade de
voltar a este autor. Para quando e com que livro, quem sabe?
Apenas li dois livros do Julien Barnes, de que gostei imenso: "O Papagaio de Flaubert" e "A História do Mundo em 10 Capítulos e meio". Tomei nota destes dois títulos que refere. Um dia destes iremos ao Clube de Leitura do Ricardo, parece-me bem interessante.
ResponderEliminarOs melhores cumprimentos
Muito boa tarde!
Rui
Rui, obrigada pelas palavras.
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