Começo com uma declaração de interesse: quando crescer, quero escrever
como a Dulce. Uma escrita em que tudo parece orgânico e cuja leitura flui, como
que traduzindo-nos, leitores, através das suas palavras.
Uma compilação de crónicas não é um livro que se leia de uma vez. É
objecto para se ir desfolhando e com ele observar os dias – por vezes
identificáveis - observados por outro olhar e como o transitar dos mesmos, ora
linear, ora aleatório, nos leva a outras histórias possíveis a um mesmo pano de
fundo temporal. Mas dava por mim a querer continuar nas observações de DMC,
rendida à sua capacidade de (en)tramar observação social, memória, registo
pessoal e literatura. Sempre com uma respiração própria e com fôlego final.
Já com Elite e O retorno no meu percurso de leituras, foi interessante
encontrar algumas das alusões ano mesmo e até como a experiência pessoal da
autora se metamorfoseou em O Retorno. Ou seja, como por vezes nos servimos da
ficção para nos dizermos.
Creio que é um livro a que se pode voltar diversas vezes, sem o o
saborear da escrita de DMC se perca. Creio que não terei qualquer reticência a
ele voltar para de novo encontrar esta orgânica de escrita que tanto admiro.
Editora:
tinta da China | Local: LX | Edição/Ano: 1ª, 2021 | Impressão: Bloco
Gráfico, Lda. | Págs.: 230 | Capa: … | ISBN 978-989-671-612-7
| DL: …/21 | Localização: BLX … 82P-94/CAR (80472003)
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