Bruma, Amanda Baeza

Cheguei a esta autora, através da atividade Serões às Tiras, organizado pela Biblioteca Piteira Santos, da Amadora. Dada a acessibilidade, foi este o trabalho da autora que li. Trata-se de uma antologia de pequenas histórias dispersas em diversas fanzines.

Não posso dizer que seja o traço e estilo que mais me atrai. As figuras de AB são quase manchas, quase disformes, quase difusas. Faz-me ponderar se é uma forma de ilustrar ou de combater o modo como concebemos a nossa imagem corporal e a dos outros, ou como de como (nós e os outros) nunca somos alguém com traços concretos e definidos, mas apenas em constante mutação e a impedir-se de ser completamente apreensíveis pelos demais.

Mas gostei imenso das histórias, nem sempre fáceis e óbvias. A primeira tive a ler mais do que uma vez. Sinto-a como um murro no estômago. A páginas tantas, há uma belíssima homenagem ao poder transformador das bibliotecas e Aquele que come deixa uma ótima indagação final.

Um trabalho que vou continuar a seguir, com certeza.

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