Esta
foi a minha primeira incursão pela escrita de ALA. Já tinha pegado em diversos
livros e não verdade nunca encontrei apelo suficiente para lá do desfolhar de
algumas páginas. É verdade que já tinha lido diversas crónicas na Visão e que
gostei. Mas dedicar-me à obra, não. Então, este livro foi uma grata surpresa.
Porquê? Porque o estilo do autor se adapta perfeitamente à narrativa que nos
propõe. Porque nos dá o espartilhamento emocional (e físico) de quem
experienciou a guerra. De quem testemunhou em primeira mão as atrocidades e
irracionalidade do conflito. Como é isso o impactou no momento, mas, sobretudo,
o lastro que permanece numa impossibilidade de qualquer normalidade posterior.
É
um livro que envelheceu bem. Embora marcado no tempo, no final dos anos 70, não
o sentimos distante. Como poderíamos, com uma guerra a entrar-nos diariamente
pelos nossos écrans? Oscilando ora entre os diversos palcos de guerra, ora
entre Lisboa, a partir da qual a história nos contada e para “ouvirmos”
assumimos a persona de uma mulher no bar entre o fumo e o álcool que facilitam
o desfiar do rosário.
Como
narrativa de guerra, é um relato cru e politicamente crítico que não nos deixa
indiferentes. Apreciei bastante as diversas opções narrativas e fico com
vontade de fazer uma nova incursão pela obra do autor.
Edição
ne varietur/Fixação por Agripina Carriço Vieira | Revisão: Álvaro Marques |
Editora: Dom Quixote (Grupo Leya) | Local: Alfragide | Edição/Ano: 28ª, set
2009 | Impressão: Multitipo | Págs.: 196
| Capa: Luís Alegre | ISBN: 978-972-20-3914-7 | DL: 299146/09 |
Localização: BLX DMF 82P-31/ANT (80257010)
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