As telefones, Djaimilia Pereira de Almeida

Esta foi a minha terceira incursão pela escrita de DPA, depois de Esse Cabelo e Luanda Lisboa Paraíso, duas obras que gostei bastante. Uma expectativa que não consegui igualar neste As Telefones, de que continuo a achar a premissa bastante interessante: o acompanhar da relação entre uma mãe e uma filha que se faz de distância e de ausência, tendo como ponte única uma chamada telefónica regular.

Com base nesta premissa, a autora constrói uma narrativa fragmentária em que vai alternando as vozes, ora da mãe, ora da filha, com prevalência da desta. A escrita fragmentária, não sendo uma novidade, é uma tendência atual que muitos conectam com o modo como consumimos diferentes media e dispersamos a nossa atenção. Para mim, fico sempre com a sensação de que é uma rentabilização da demanda/disponibilidade de cert@s autr@s para o processo de escrita. Uma tendência que não se coaduna necessariamente com os gostos/necessidades d@s leitor@s. E, pode ser de mim, mas estou um pouco cansada deste registo. Porque, finda a leitura parece que esta se resume a grãos de areia que se escoam e pouco ou nada permanede dela. Com muita pena minha.

Editora/revisão: Relógio d’Água | Local: LX | Edição/Ano: 1ª Maio, 2020  | Impressão: Guide AG, Lda. | Págs.: 90 | Capa: Carlos César Vasconcelos | ISBN: 978-989-783-011-2| DL: 469950/20 | Localização: BLX PG 82P(673)-1/ALM(80486920)



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