Esta foi a minha primeira incursão na escrita deste autor de quem já tinha recebido boas apreciações de Nó Cego, considerado um dos romances reflexão dos anos da guerra colonial e o fim do regime de ditadura. Não tendo podido ler este livro a tempo do Clube de Leitura, decidi-me por este Angoche.
Angoche que retrata um episódio misterioso passado em 1971: o
desaparecimento temporário de
uma embarcação de carga e o seu reaparecimento 3 dias depois sem qualquer
vestígio de tripulação e passageiros. A partir daí, CVF constrói uma história –
diria – de espionagem em que um militar de carreira procura saber o que
realmente aconteceu a partirdo puzzle de influências e interesses geo-politicos
e conflitos que pulverizavam a área e a época.
O autor demonstra um conhecimento intrínseco das tramas, que deixa pouco espaço a uma ficção atrativa. Ou seja, o nível de detalhe é bastante apurado, mas uma história que apele a um público mais generalista não existe. A sensação é que será um relato de interesse para quem viveu a época e a região. Mesmo como documento não terá um público abrangente. Daí ter sentido algumas resistências, como consecutivas desconcentrações. Fico com a sensação de que não será o mais conseguido ou apelativo livro do autor e que terei, a seu tempo, de ler realmente o Nó Cego.
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