A mão que mata & A maldição, Lourenço Seruya

Fiquei com curiosidade em conhecer o trabalho deste autor, após a sua participação numa iniciativa que decorreu na biblioteca. Um autor nacional de policiais no terceiro livro editado? Ora bem, lá fui ler o primeiro livro, A mão que mata. Depois senti necessidade de ler o segundo para perceber se havia alguma mudança no estilo.

Primeiro, convém ressalvar que não sou uma leitora de policiais, pois considero que muitas vezes obedecem demasiado a convenções que resultam em textos secos, ainda que com tramas bem arquitetadas. Claro que já li policiais aliciantes e desafiantes, mas realmente não sou adepta do género. Disclaimer apresentado, as minhas considerações sobre estes dois livros são:

- há uma boa aplicação dos elementos e arquitetura das tramas;

- a escrita é funcional e eficaz, quase jornalísticas, mas sem deslumbres de uma densidade literária que aprecio;

- as personagens são estereotipadas e planas, sobretudo no primeiro livro. No segundo, são um pouco mais elaboradas, o que se deve, creio, ao fato de a trama decorrer num meio que o autor domina. No primeiro, as personagens não policiais não me cativaram;

Considero positivo que haja autores nacionais a trabalhar em diversos géneros e gostei de conhecer mais um. Não será um autor cujas obras venha a explorar em contexto, p.e., de um clube de leitura, mas certamente servirá como exemplo nas oficinas de escrita criativa e como referência em sugestões de leitura.

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