O quarto do bebé, Anabela Mota Ribeiro

Iniciei esta leitura com uma determinada expetativa, criada a partir de um qualquer texto de divulgação. Essa expetativa, sobre o tema da não maternidade, não se concretizou. Dei por mim num registo diarístico que cruza a pandemia e a luta contra o cancro e em que a não maternidade nem sequer é consequência, apenas uma confirmação.

Isso trouxe-me uma leitura com sentimentos contraditórios e que não consigo classificar. Não sei se gostei. Sei que não é o livro para mim, não neste momento, não numa pós pandemia. Se AMR escreve bem? Escreve. É o seu oficio. Tens reflexões interessantes? Algumas. Gosto desta ideia do quarto do bebé como “Lugar de criação, gestação, vida”. Um quarto que seja seu. Gosto de descobrir algum vocabulário inusual. Não sei se gosto do deja vu que me provoca, pois sigo a autora no FB e traz me reminiscências das suas publicações. Não gosto que se cole tanto à figura da autora, que não consiga perceber exatamente qual é o seu acrescento (ficcional?). Ou que não haja. Não gosto da sensação de pretensiosismo cultural que me provoca.

Devem lê-lo? Claro. Tirem as vossas conclusões. Pode até ser o livro da vossa vida. Da minha não será com certeza. Espero poder cruzar-me com outra ficção da autora em que possa reconhecer melhor o seu trabalho de construção narrativa. 

Editora: Quetzal | Coleção: língua comum | Edição: 1ª, mai 2023| Local: LX | Impressão: Bloco Gráfico| Págs.: 280 | Capa: Rui Rodrigues | ISBN: 978-989-722-919-0| D.L.: 513424/23 |Localização: BLX Galv 82P-31/RIB (80502444)

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