Iniciei esta
leitura com uma determinada expetativa, criada a partir de um qualquer texto de
divulgação. Essa expetativa, sobre o tema da não maternidade, não se
concretizou. Dei por mim num registo diarístico que cruza a pandemia e a luta
contra o cancro e em que a não maternidade nem sequer é consequência, apenas
uma confirmação.
Isso trouxe-me uma
leitura com sentimentos contraditórios e que não consigo classificar. Não sei
se gostei. Sei que não é o livro para mim, não neste momento, não numa pós
pandemia. Se AMR escreve bem? Escreve. É o seu oficio. Tens reflexões
interessantes? Algumas. Gosto desta ideia do quarto do bebé como “Lugar
de criação, gestação, vida”. Um quarto que seja seu. Gosto de descobrir algum
vocabulário inusual. Não sei se gosto do deja vu que me provoca, pois sigo a
autora no FB e traz me reminiscências das suas publicações. Não gosto que se
cole tanto à figura da autora, que não consiga perceber exatamente qual é o seu
acrescento (ficcional?). Ou que não haja. Não gosto da sensação de
pretensiosismo cultural que me provoca.
Devem lê-lo? Claro. Tirem as vossas conclusões. Pode até ser
o livro da vossa vida. Da minha não será com certeza. Espero poder cruzar-me com outra ficção da autora em que possa reconhecer melhor o seu trabalho de construção narrativa.
Editora: Quetzal | Coleção: língua comum | Edição: 1ª,
mai 2023| Local: LX | Impressão: Bloco Gráfico| Págs.: 280 | Capa: Rui
Rodrigues | ISBN: 978-989-722-919-0| D.L.: 513424/23 |Localização: BLX Galv
82P-31/RIB (80502444)
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