Há algum tempo que tinha curiosidade em ler este
livro, cujo lançamento decorreu nas Galveias há uns meses e que reuniu um pouco
habitual número de convidados. Há umas semanas assisti a um painel de jovens
escritoras e apreciei a sua participação, então, assim que me foi possível,
dediquei-me a esta A Profeta.
Não sei explicar que expetativa tinha, mas o facto
é que – infelizmente – o livro ficou aquém. Acho que é um caso de uma boa ideia
com uma execução menos conseguida. A Profeta é narrado na primeira pessoa, por
uma mulher amoral que induz um sentido de justiça muito própria. Uma ideia
interessante e nada habitual. Em cada capítulo, apresenta-nos a história de uma
vida que influenciou. É aqui que as minhas reservas começam, embora compreenda
as opções narrativas da autora. Os capítulos, à exceção do último, têm uma
construção semelhante e, a certa altura, a repetição, mais do que enfatizar um
efeito de gradação, torna-se enfadonha. Depois, o conceito merecia um maior
apuramento de linguagem. Atenção, está bem escrito, mas todas as personagens
falam no mesmo tom, no mesmo vocabulário, exatamente igual ao da narradora. A
história também merecia a limpeza de advérbios para a tornar mais impactante.
Esta leitura nunca me agarrou, com pena minha,
porque realmente gostei da premissa. Como tal, o final não me suscitou nem
surpresa, nem satisfação e questiono-me sobre a lógica do mesmo.
Revisão: Inês Fraga | Editora: Suma de Letras
| Local: LX | Edição/Ano: 1ª jun 2022 |
Capa: Duarte Lázaro | Impressão: Printer Portuguesa | Págs.: 149 | ISBN: 978-989-784-607-6|
DL: 499708/22 | Localização: BLX BPG 82P-31/GAM (80487653)
eu li o livro e gostei, como dizes, da ideia / conceito. não há um ou vários crimes há alguém a dizer o que fez e como ajudou outrem.
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