Há algum tempo
que este livro me aguardava, até porque já li os anteriores da autora, bem como
a sua primeira obra de ficção Terrinhas. O que posso dizer? É um livro para se ler devagar e refletir sobre o
privilégio que é nascer num tempo e numa geografia em que a saúde mental
"começa" a ser considerada e tratada com um maior respeito pelo
individuo.
Catarina gomes, a
partir de uma caixa de objetos esquecidos, faz uma minuciosa (e morosa) pesquisa
de oito anos a seguir o fio de vida de alguns dos doentes do antigo Hospital Miguel
Bombarda. Ao contar-nos as suas histórias, conta-nos também uma parte da história
da medicina psiquiátrica, da história de um país e de um século.
É inevitável
perguntarmo-nos: Como seriam estas pessoas hoje? Com outro diagnóstico e outro
acompanhamento? Com respeito por uma dignidade humana. Uma ideia subjacente à
escrita sensível da Catarina Gomes, que nos vai guiando por passado – hoje horripilante
- em que as disciplinas da psicologia, da psiquiatria e da neurologia – nem sempre
estanques - faziam igualmente o seu crescimento.
Este livro que é um
murro no estomago, porque loucos somos todos nós e ninguém está livre da doença
mental.
Subtítulo: O que eles deixaram no manicómio
| Editora: Tinta da China | Local: LX | Edição/Ano: 1ª, jul 2020 | Capa: Pedro Fernandes | Impressão: Eigal,
IG, SA | Págs.: 246 | ISBN: 978-989-671-553-3 | DL: 471026/20 |
Localização: BLX Gal 616.89-056.3/GOM (80461607)
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