Cheguei
a este livro devido à premissa: Um presidente de
extrema-direita é morto por um adolescente não binário. Pensei, ok, isto é
diferente – e considerando a dimensão – então, vamos lá a isso. É realmente uma
proposta diferente: um diálogo continuo, entre o adolescente e alguém que
talvez identifiquemos nas últimas páginas. (gostaria muito de ver uma adaptação
teatral deste texto, que parece inclusive concebido para tal.)
Ora o que tem este diálogo de interessante (embora
talvez não para todos os públicos, e não necessariamente para um público jovem)?
O de nos transportar para a linguagem e a cultura de uma geração de jovens (adultos)
nativos digitais e, consequentemente, de perceber as implicações
comportamentais e de expetativas sociais destas novas gerações. O que lhes
estamos a deixar e como estamos a deixar que estes sejam, por incúria e
incompreensão (nossa) dessa realidade.
Acho um livro bastante relevante para quem
quiser trabalhar com jovens ou simplesmente compreender as suas idiossicacias. Tem
imensos pontos de reflexão e trabalho. Poderia ter outra abordagem literária,
podia. Mas o formato escolhido presta-se à mensagem: ouvir um jovem, pela sua
voz e palavra, em vez de assumir o que que queiramos assumir sobre a juventude.
Editora:
Companhia das Letras | Local: SP, Brasil | Edição/Ano: 2023 | Págs.: 112 |
ISBN: 978-65-5921-566-9 | Localização: BLX Alc 82P(81)-31/NAZ
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