Há
muito que andava para ler este livro, de que ia recebendo sempre apreciações
elogiosas. Entrei nele sem me deixar entusiasmar por expetativas, até porque
essas apreciações vieram de pessoas tão diversas que, sem deixar antever
aspectos da história, me incentivavam com um “tens de ler”. Como quem diz, só
lendo percebemos concretamente a qualidade do mesmo. É verdade.
Do
ponto de vista técnico, é uma leitura rápida, apesar da dimensão. Os capítulos curtos
e fluidos vão-nos levando num percurso aparentemente lento pela teia que enreda
as personagens bem construídas e delineadas, sustentadas por acções coerentes
com o seu desenvolvimento psicológico. Os temas bordados é que já não são tão fáceis
e o modo como a autora quase que gentilmente nos induz a eles faz-nos muito as
vezes abrandar ou pausar a leitura. Afinal, qualquer um de nós pode dar por si
a viver uma história semelhante. Uma história com traumas e consequências profundas,
porque embora os sinais possam lá estar, nem sempre são legíveis de quão perto
estamos deles. Só depois, à distância que a compreensão do trauma implica, os
conseguimos ver. Este é o tipo, não de história, mas de construção de história
que aprecio. Aquela em que nem sempre antevemos todos movimentos, porque se
escondem em aparências. Afinal, tal como a vida.
Este
poderá ser a obra magna da autora, mas deixou-me curiosa para ler os seus
trabalhos prévios, principalmente A mulher-casa. Um destes dias deixo aqui
essas impressões de leitura.
Revisão: … | Editora: Casa das Letras |
Local: Alfragide | Edição/Ano: 1ª 2020 | Capa: … | Impressão: … | Págs.: 692 | ISBN:
978-989-660-810-1 | DL: …/20 |
Localização: BLX … 82P-31/GAN (…)
Comentários
Enviar um comentário