Esta foi a minha primeira incursão pela escrita de Slimani, de quem tenho recebido várias apreciações extremamente positivas. E, devo dizer, devidas. A autora escreve bem e quando me dizem que este não é o seu “melhor”, acredito que sim. Há ali mister para mais.
Este é um daqueles livros
em que a leitura fácil dos capítulos pequenos é frustrada pelo tema pesado pelo
qual a autora nos leva a refletir: podemos ler e evitar uma morte? Ou através
da sua crónica, está lá o seu anúncio? Onde é que tem a sua génese? Há um
momento ou um acumular que faz transbordar? È o resultado de um ciclo vicioso
de desamor ou o perpetrador tem ferramentas para o evitar? Há sinais legíveis ou
são insuspeitos? Será possível saber com certeza o que leva à cedência do crime
ou essa crónica é sempre dúbia, imperfeita, incapaz de uma verdade concreta? As circunstâncias justificam ou apenas atenuam?
Esta não é uma
narrativa de respostas. A autora não cede a maniqueísmos nem certezas, mas abre
o caminho para reflexões e é isso que torna esta leitura a miúde pesada. Escarafuncha
alguns dos nossos sentimentos e conceitos.
Título Original: Chanson
Douce (2016) | Tradução: Tânia Ganho | Revisão: Manuel Monteiro | Editora:
Alfaguara | Local: LX | Edição/Ano: 1ª, Abr 2017 | Impressão: Printer
Pgsa | Págs.: 215 | Capa: Panóplia | ISBN: 978-989-223-4 | DL: 424191/17 |
Localização: BLX PG 82-34/SLI (80452857)
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