2015-2025 : 10 anos de bibliotecas

Este ano marca o 10º aniversário da minha entrada na Câmara Municipal de Lisboa (CML) e na Rede de Bibliotecas de Lisboa (BLX). Têm sido anos intensos, dedicados, de muitas aprendizagens e com muitas pessoas com quem me cruzei. Mas a minha experiência em bibliotecas começou uns meses antes, ainda em Sintra.  

Há dias, encontrei uma sebenta com alguns apontamentos dessa época, alguns dos quais fui partilhando no blogue, que criei exatamente para acompanhar este novo período da minha vida. Encontrar a sebenta foi inesperado e deu-me oportunidade de (re)lembrar questões e detalhes que a memória tinha deixado lá atrás. 10 anos depois, é curioso ler alguns dos meus receios e expectativas e o modo como alguns se concretizaram ou desvaneceram. Então vamos lá:

a)    Voltar ao atendimento ao público. Quando ingressei nas bibliotecas, voltei ao atendimento ao público, depois de um interregno de talvez 2 anos. Já não sei precisar. Sendo que o atendimento, perfazia a grande totalidade das tarefas/responsabilidades. Já em Lisboa, gradualmente comecei a dinamizar atividades, que é outra forma de atendimento (especializado) ao público, embora muita gente o veja desta forma.

b)    Não ter formação formal em bibliotecas (e não desejar necessariamente tê-la). Embora sinta falta em alguns momentos, o facto é que fui trilhando um caminho pela mediação de leitura em que este conhecimento paralelo, é importante, mas não é essencial.

c)    O eventual impacto nos meus hábitos de leitura. O facto é que o meu volume de leitura aumentou, tanto que este ano resolvi abrandar. Em determinados períodos, centrei-me em temáticas especificas. Aprendi imenso e partilhei aprendizagens. Sobretudo, tenho feito a escolha consciente de conhecer autores nacionais e do espaço da lusofonia.

d)    Constatar que, em 6 meses, integrei 3 equipas de trabalho. Este é um daqueles pormaiores que quase tinha esquecido. Talvez pelo facto de saber, que estaria temporariamente nessas equipas. O facto é que também já não estou na equipa que me acolheu nas BLX. O trabalho em equipa é complexo, com imensas dinâmicas pessoais e exigências. Não há equipas iguais e estas  funcionam conforme os elementos que as compõem. Há equipas, mérito de quem as dirige. Há grupos funcionais de pessoas. E basta uma pessoa para minar seja o que for.

Não sei o que me espera nos próximos anos profissionais. Provavelmente, andarei pelas bibliotecas até à reforma. E daí, nunca se sabe. Afinal, nunca tinha pensado muito bem em trabalhar em bibliotecas, até ao concurso para a CML. Sei que a mudança faz parte e é desejável. É necessária para acomodar as nossas transformações pessoais e as que nos rodeiam. Acredito, inclusive, que 2025 será um desses anos. E estou curiosa…

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