Já nos habituamos a que cada mês seja de visibilidade a causas e comunidades. Durante esse período, temos acesso a alguma informação extra na comunicação social e as instituições promovem acções especificas de divulgação e consciencialização. Mas e depois? Durante todo o ano e no quotidiano? Muitas vezes silêncio e, sobretudo, indiferença. Quer institucional, quer individual.
As iniciativas e tomadas de posição institucionais são dependentes de muitas dinâmicas de poder, seja internas, seja externas. São essenciais, mas são insuficientes. Infelizmente, no atual contexto politico e económico, visivelmente inibidoras da diversidade e respeito pelos direitos humanos.Então, o que poderá ser mais impactante? Acredito que as nossas ações individuais, constantes e quotidianas. Procuro, quer no âmbito pessoal, quer profissional, pautar o meu espaço e as minhas ações pela procura desta inclusão, desta aceitação, ainda que de forma imperfeita e num processo de aprendizagem. Ninguém nasce ensinado ou está em níveis de conhecimento máximo. Estamos todos em aprendizagem. Uns somos mais sensíveis a determinada realidade, porque a vivemos em primeira mão ou porque a vivem alguns dos nossos entes queridos. Outros são testemunhas diárias e são empáticos com outras realidades. Mas ninguém sabe tudo, sobre todas as realidades.
Então, urge haver espaços e momentos, até para as perguntas básicas, para os comentários elementares de quem ainda está a aprender e vai errar muito, para a partilha de quem viveu e testemunhou e que desse modo vai ampliar a nossa percepção e os nossos horizontes. Enfim, urgem espaços de diálogo, espaços seguros de partilha, desconstrução e reconstrução.
Tem sido nesta busca e neste espirito que tenho pautado a minha postura enquanto profissional e pessoa. Procuro ser aquilo que gostaria de ser e de receber. Estou em constante aprendizagem. Erro, mas procuro um entendimento, mesmo quando não compreendo na totalidade. Nunca conseguiremos estar no lugar do outro para uma compreensão total, mas conseguimos estar presentes em parte do seu caminho e acompanhar.
Daí, manifesto a minha disponibilidade e intenção de estar para quem necessite. Um dia, serei eu.
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