Lisboa Judaica, Sérgio Luís de Carvalho


Há algum tempo que me queria dedicar à série de livros de SLC dedicado a várias épocas e ocupações na cidade, que sempre me pareceu uma forma sucinta de aprender mais sobre a cidade onde trabalho e me movimento, bem como da sociedade portuguesa em geral. Comecei com este Lisboa Judaica, uma vez que vou começar um novo Clube de Leitura, cuja primeira leitura é O último cabalista de Lisboa, de Richard Zimler. Tendo-o já lido há quase 20 anos, queria agora lê-lo com outras referências de pano de fundo. Então, eis algumas informações que retirei:

- durante a sua história, LX teve várias judiarias, das quais se destacam – na idade média - a Judiaria Velha (referida por Zimler como Pequena Jerusalém) e a da Alfama. A Judiaria Velha era espécie de quadrado delimitado pelas igrejas da Madalena, São Julião, São Nicolau e o Poço da Fótea, com correspondência atual: Rua dos Fanqueiros, rua do Ouro, Rossio e Rua do comércio). Tinha sinagoga, tribunal, escola, hospital (integrado posteriormente no Hospital de todos os Santos) e outros serviços próprios, possuindo 6 portas. A Judiaria de Alfama situava-se entre o adro da primitiva Igreja de S. Pedro e a torre homónima, no atual Largo de São Rafael.
- a Península ibérica era denominada pelos judeus por Sefarad, daí a designação de sefarditas para os judeus oriundos desta região;
- a sua vivência sempre foi regida por normas segregacionista, mais ou menos rigorosas, consoante épocas, embora com grupos protegidos pelas monarquias, pois possuíam uma série de conhecimentos e competências úteis à gestão do estado, nomeadamente economia, artes, ciência, ofícios e administração (nomes relevantes p.79);
- geralmente eram obrigados ao uso de roupa ou acessórios distintivos, como sinais amarelos, vermelhos e estrelas de 6 pontas;
- Tinham direito de residência e de circulação, mas não necessariamente de naturalidade e de vizinhança;
- O Pogrom de 1506, na cercania da Igreja de S. Domingos teve origem num: Surto de peste, com tratamento e mecanismo de contágio desconhecidos; coincidente num período de seca perlongada que pôs a nu a precariedade da higiene urbana inexistente. Terá provocado entre 1000 a 4000 mortos.

Boas leituras!

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