Não tenho por hábito
escrever sobre questões muito específicas relativas à relação com público. Mas
esta semana, houve duas situações simbólicas do modo como o público encara o
nosso trabalho e se desresponsabiliza.
A primeira, prende-se com o
facto de que cada vez mais o público é apenas reativo. Passo a explicar: o
leitor faz um empréstimo e é-lhe indicado um prazo de devolução. Normalmente,
este esquece ou desvaloriza, porque espera receber uma notificação para cumprir
a sua responsabilidade. Quando esta não existe, porque não é necessariamente
obrigação da instituição, este age como se.
A segunda, prende-se com a
presunção de rapidez na resposta a um e-mail, mesmo quando este é enviado fora
de horas de serviço e/ou atendimento ao público. Enviar, p.e., um e-mail de
inscrição uma hora antes do inicio da mesma, num horário que não corresponde ao
de abertura do espaço, e esperar resposta é só falta de noção. Aparecer na dita
atividade e atirar com um “presumo que seja hábito não responder” é falta de
respeito.
O que fazemos nestes casos? Da
minha parte, com um pouco de humor à mistura, explico que, enquanto
funcionária, não sou obrigada a trabalhar fora do meu horário e que, como
adulta, é minha responsabilidade saber que prazos tenho ou não de cumprir. Mas
há dias em que a paciência…
Nem mais. Se queremos ser respeitados nos nossos horários, e não só, há que respeitar os outros.
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