Literatura no Feminino

Com a obra A Madona, de Natália Correia, terminamos o ciclo de autoras da temporada 2018/2019 da Comunidade de Leitores da Biblioteca da Penha de França. Foi um percurso de leituras intenso e diverso, sobre as quais é quase impossível tecer comparações, restando-me a capacidade para apenas algumas considerações, infelizmente – talvez –, demasiado lineares.

Quem foram estas mulheres que ocuparam as nossas leituras durante meses? Foram:

• Virginia Woolf, As ondas
• Marguerite Yourcenar, A obra ao negro
• Rosa Montero, História do rei transparente
• Andrea del Fuego, os malaquias
• Mª Judite de Carvalho, Tanta Gente, Mariana
• Agustina Bessa-Luís, A Síbila
• Natália Correia, A Madona

Desconhecia a obra da maioria destas autoras. Trazia do meu percurso escolar, apenas a leitura d'A Síbila e de Virginia Woolf. É claro que tinha a noção da sua importância do seu trabalho, mas é sempre diferente ter a noção e perceber o porquê através de uma leitura directa. Das poucas considerações que consigo tecer sobre estas mulheres é que a sua grandeza advém de uma força intrínseca que transparece na sua escrita. Uma força, que sendo natural, raras vezes é óbvia e/ou linear.

Foi um período de muitas aprendizagens com estas leituras, que além das sessões da Comunidade, me serviram – em muito – como exemplos para as sessões de Escrita Criativa que dinamizo também na biblioteca. Tendo sido esta também uma forma que encontrei para ampliar a projecção destas autoras, cujo corpo de trabalho nem sempre é do conhecimento do grande público.

Não sei qual será a selecção de leituras da temporada 2019/2020 da CLBPF, mas creio que dificilmente teremos a mesma atenção sobre a literatura no feminino. Mas seja onde for que uma próxima temporada nos leve, a verdade é que esta nos trouxe estas fantásticas autoras. E só isso, já valeu!